ALGUMAS LINGUAGENS FIGURADAS DA BÍBLIA

27-11-2010 13:20

São várias as figuras de linguagens que Bíblia emprega, e todas são necessárias para ilustrar verdades divinas e profundas. Para se ler a Bíblia com compreensão precisa também conhecer essas figuras.

Símile. O vocabulário símile significa parecença ou semelhança, exemplificado no Salmo dos dois homens: “Será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas...

Os ímpios... são como a moinha que o vento espalha(Sl  1:3,4).

O símile difere da metáfora por ser apenas um estado de semelhança, enquanto a metáfora transfere a representação de forma mais vigorosa, como podemos ver nestas duas passagens: “Todos os homens são como a erva e toda a sua beleza como as flores...” (Is. 40.6,7); “toda a carne é como a erva. Seca-se a erva, e cai a sua flor” (I Pe. 1:24).

No símile, a mente apenas repousa nos pontos de concordância e nas experiências que se combinam, sempre alimentadas pela descoberta de semelhança entre coisas que diferem entre si.

Metáfora. A Bíblia é rica em linguagem metafórica. A metáfora afirma de modo inconfundível que uma coisa é outra totalmente diferente. O termo origina-se de dois vocábulos gregos que significam estender.

Um objeto é equipado a outro. Aqui temos dois exemplos do uso de metáforas: “Pois o Senhor Deus é sol e escudo. (Sl. 84.11). “Ele é o meu refúgio e minha fortaleza” (Sl. 9.12). Dessa forma, como pode ser observada a metáfora é um termo conhecido por nós na área da experiência que faz sentido, indica que determinado objeto possuidor de propriedades especiais, transfere-se a outro objeto pertinente a uma área mais elevada, de modo que o anterior nos dar uma ideia mais completa e realista das propriedades que o último deve ter.

Metonímia – É o emprego de um vocábulo por outro, com o qual estabelece uma constante e lógica relação de continuidade qualitativa, ou conforme Quintiliano, “um nome colocado em lugar de outro nome: por exemplo: do efeito pela causa: “Duas nações há no teu ventre”. (Gn. 25:23). O progenitores por sua descendência. Da causa pelo efeito: “Eles têm Moisés e os profetas”. (Lc. 16:29). Os autores por seus escritos. O sujeito pelo atributo ou adjunto: “E como nos interpretou” (Gn. 41:13). Os sonhadores por seu sonhos. Do atributo ou adjunto pelo sujeito: “Falem os dias,e multidão dos anos ensine a sabedoria. “(Jó 32.7). A idade por aqueles que a têm.

Sinédoque. É a substituição de uma ideia por outra que lhe é associada. Por exemplo: a) do gênero pela espécie – do geral pelo particular: “Então saíam a ter com ele Jerusalém, toda Judéia e toda circunvizinhança do Jordão”. (Mt. 3.5). b) Da espécie pelo gênero – o particular pelo geral: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje...” (Mt. 6:11). c) Do todo pela parte: És pó e ao pó tornarás”. (Gn 3:19). d) da parte pelo todo: “No suor do rosto comerás o teu pão. (Gn. 3:19).

Hipérbole: Esta figura consiste na ênfase resultante do exagero deliberado, quer no sentido negativo, quer no positivo: Exemplo: “As cidades são grandes e fortificadas até aos céus”. (Deut. 1:28).

Prosopopeia: - É a personificação de coisas ou  de seres irracionais. São exemplos bíblicos: “Todos os meus ossos dirão: Senhor, quem contigo se assemelha?” (Sl. 35:10). “Pergunte agora às alimárias; e cada uma delas te ensinará; e as aves dos céus, e elas te falarão saber”. (Jó 12:7). “A voz do sangue de teu irmão clama da terra a mim”. (Gn. 4:4).

Antropomorfismo: - É a linguagem que atribui a Deus ações e faculdades humanas, e até órgãos e membros do corpo humano. Exemplo: “E o Senhor aspirou o suave cheiro, e disse consigo mesmo... (Gn. 8.21). “Por que retirais a tua mão, sim, a tua destra, e a conservas no teu seio”. (Sl. 74.11).

Símbolo: - É o emprego de algum objeto material para invocar a ideia ou coisa espiritual ou moral. Como exemplos têm a mobília do tabernáculo que tem cada, uma simbologia.

Tipo: - Significa marca ou impressão e tem a força da cópia ou do padrão. (1Co 10: 1-11). As parábolas unem os tipos de um lado, e os milagres de outros. Todas as figuras de linguagem que a Bíblia emprega, são elas de uma corrente unida de forma inseparável; os elos como um todo só podem ser desvinculados em detrimentos de alguns. Os muitos tipos da Bíblia constituem um estudo fascinante.

A diferença entre o símbolo e o tipo é que o símbolo, é de uso geral. O tipo faz referência a evento que lhes são feituras. O símbolo não tem referência  temporal. O tipo tem referência temporal. Para o símbolo, basta sugerir a coisa simbolizada. No tipo há analogias bem notáveis para com o antítipo.

Foi apenas natural que autores no Novo Testamento (quase todos eles judeus) – acostumados com o estudo do Antigo Testamento tivessem visto tipos claros no Antigo Testamento. Assim, Cristo tornou-se o segundo (ou último) adão. (Rm. 12); a primeira páscoa ilustrava Cristo como nossa Páscoa e a eucaristia. ( 1 Cor. 5:6-8).